VISÃO DE JACKSON
Conheci uma garota recentemente, tem menos de um mês. Logo
no inicio não sentia nada por ela, malmente nos falávamos, meu amigo, gostava
dela, e eu sabia disso! Ela deu um não para ele... Só que hoje percebi que eu
olhava para ela de uma maneira estranha, e ela correspondia a esse olhar de
outra maneira que eu nunca tinha visto. Por incrível que pareça sentei-me na
frente dela com outras duas pessoas ao meu lado, não conseguia disfarçar, meus
olhos sempre brilhavam em sua direção, minhas pernas sem querer batiam
freqüentemente nas suas... Até que uma hora congelamos, um olhando para o
outro, todos olhando para gente, e nós lá congelado no tempo sem dar conta do
que se passava em nossa volta, depois de um bom tempo voltamos para a realidade
e tentamos disfarçar nossos olhares, ela abaixando a cabeça e eu virando para o
lado para conversar. Naquele momento senti algo pulsar dentro de mim, até
quando uma colega minha me falou – acho que rolou uma química entre vocês -
naquela hora gelei, pois pensei, será que eu estava amando? Será que poderia
está nascendo uma paixão em meu interior? A partir daquele momento fiquei
pensando nisso.
Em outra ocasião, sentamos lado a lado, para minha surpresa
ele se virou um pouco ficando na diagonal para mim, virei e fiquei
completamente vidrado nela. Pensei, será que tenho alguma chance com ela? Pois
a conheço há tão pouco tempo, vou procurar ver se o que eu to sentindo é amor.
Acordei-me no outro dia 10:00 da manhã, levantei, olhei pela
janela e falei:
-Hoje vai ser um dia daqueles.
Fui escovar os dentes, tomar um banho, me sentei para tomar
café, enquanto esperava minha mãe colocar na mesa, me veio a mente a imagem
daquela menina, daquele sorriso, meus pensamentos foram totalmente interrompido
por minha mãe.
-Ei! Jackson, ta no mundo da lua é menino?
-Oi mãe, estava pensando em uma coisa aqui...
-Jackson, você ta gostando de alguém meu filho? Vejo isso em
seus olhos.
-há mãe não da para esconder nada da senhora né? Estou
gostando de uma garota, quer dizer não sei bem se estou gostando, estou
confuso.
-meu filho, é assim mesmo um dia você descobre se gosta ou
não.
Aquilo ficou em minha mente. Já estava na hora de eu ir para
o curso, fiquei de frente para o espelho me olhando.
-será que hoje vai acontecer algo de especial no curso -
falei comigo mesmo.
Encaminhei-me para o curso, estava um dia chuvoso, eu estava
agasalhado, fazia muito frio naquela tarde, ventava muito. Chegando ao curso,
ao entrar me deparei logo com saffy, olhei timidamente para ela, tentando ver
no fundo dos seus olhos se ela sentia algo por mim, na verdade não sabia se ela
realmente estava gostando de mim. Passei por ela e a cumprimentei, a voz dela
era tão macia e angelical, que me fazia flutuar, logo fui chamado atenção por
meu amigo Willian.
-E ai mano!
-Oi Willian...
-Que foi jackson?
-Preciso de falar uma coisa cara, é muito serio!
-Pode falar cara, sabe que pode confiar em mim...
Naquela hora sabia que estava prestes a desabafar com um
grande amigo e ajudador, Willian era meu melhor amigo sabia tudo sobre a minha
vida.
-Willian estou gostando de uma garota.
-Ê mano, ta gostando de quem?
-não conta a ninguém cara – preocupei-me – é daquela menina
nova no curso...
-Há a Saffy? Cara, ela é uma gata...
-É eu sei, mais de uma hora para outra passei a gostar dela,
mas também não sei devo.
-porque maninho?
-Lembra que Maycon estava gostando dela?
-Lembro sim! – falou ele tentando lembrar melhor.
-é isso, talvez ele fique pensando que eu trair ele sabendo
que ele gostava dela.
- Ô irmão, isso não tem nada a ver, você sabe que amor não
se escolhe.
-É eu sei cara, mas você sabe como eu sou – parei para
pensar – mas não sei se vou conseguir fugir desse amor.
O horário bateu tivemos que nos separar, só que para mim
começou uma nova fase, Saffy era da minha turma, era complicado conviver com
ela sem falar. Na aula, fiquei olhando para ela, bolando algo para poder falar
com ela, naquele momento ela se levantou e foi em direção a janela, me
encorajei e fui falar com ela. Meus passos até ela eram lentos, sentia frio e
calafrios, minhas mãos tremiam, enfim cheguei até ela, estava olhando pela
janela o céu negro de chuva.
-lindo né? – falei sem pensar, como um céu negro seria
bonito.
-oi, sim é muito lindo – falou ela, timidamente.
-Como é seu nome?
-Saffy. Quer dizer Safferana. – meio embaralhada.
-o meu é Jackson. Prazer em conhecê-la Safferana. Posso te
chamar de Saffy?
-pode sim. Gosto quando as pessoas me chamam assim.
Tentei me aproximar mais um pouco dela, só que ela se
afastou um pouco, pude ver nos olhos dela um brilho estelar. Foi se afastando
um pouco de mim, segurei-a pelo braço.
-Saffy. – chamei-a.
Ela me olhou, não consegui continuar segurando o seu braço,
soltei lentamente ela abaixou a cabeça e desceu com o resto da turma para
próxima aula. Senti-me muito ousado, pois segurei o braço dela! “que ousadia
minha” pensei. Após um momento, gostei de ter contato com sua pele. Desci,
rapidamente para a aula, ao passar pela biblioteca lá estava ela escolhendo
livros, diminui os passos, para ter mais tempo para observá-la, de repente
Willian me tocou.
-Jack.
-Willian ta fazendo o que aqui cara? – perguntei surpreso.
-meu professor não veio, resolvi participar da sua aula
então, para conversarmos mais. – Riu.
Saffy percebeu a nossa presença e saiu da biblioteca
rapidamente.
-Jack, acho que ela gosta de você também. – cutucou meu
braço.
-Você acha?
-Claro cara! Onde você está ela esta! Ou seria melhor dizer
onde ela está você está?
-Acho que onde ela está eu estou. – rir pela minha resposta.
A voz da professora soou pelo espaço da biblioteca
chamando-nos para a aula. Chegando na sala ela estava na mesma mesa do dia
anterior, lógico que me sentei na mesma mesa também. Willian sentou comigo. De
subitamente olhei ao redor da sala, vi Maycon olhar para nós com certa frieza.
Observei no olhar dele, vi certo sinal de magoa. Senti medo do que poderia
acontecer. Maycon era nosso amigo, mas era muito vingativo, vinha de uma família
que não era certa. O que mais eu poderia pensar? Vendo aquilo nos olhos dele?
Cutuquei Willian.
-Mano, olhe disfarçadamente para Maycon. – cochichei
baixinho.
-sim, já olhei o que é que tem?
-vê certa magoa nele? – falei, ele virou novamente.
-vejo sim.
-será que isso é por causa de mim com... – lembrei-me de que
não podia falar pois Saffy estava na minha frente – de mim com aquilo?
-cara, não sei não. Não seria o caso de você falar com ele?
-Como eu iria falar com ele? Eu ia chegar lá e falar: “ô
você ta com raiva de mim?” – falei imitando uma voz.
-Claro que não. – rindo – iria conversar com ele normalmente
e ver como ele ia reagir.
A conversa entre nós fluía facilmente como sempre, e ela
estava ali cabeça baixa, de vez em quando olhava para ela, eu ficava delirando,
o seu rosto angelical, seus cabelos negros, deixava-me nas nuvens só de pensar.
Escrevia docemente no seu caderno, sua letra maravilhosamente linda. O terminio
do curso chega, só na segunda para poder vê-la novamente. Ao sair da minha sala
vejo uma pessoa em um dos cantos escuro e frios do curso, me aproximei com
cuidado pois não sabia bem quem era, toquei cuidadosamente na pessoa, quando
tomei um susto, lá estava a saffy chorando, tremendo, com o rosto todo
vermelho, não sabia o que fazer diante daquela situação, estava sem palavras, não
compreendia o porque que saffy, uma menina tão doce, estaria ali chorando
desesperadamente.
-calma – foi a única coisa que saiu da minha boca naquela
hora. Ela soluçava, tirei meu casaco, e a cobri por causa do frio. – o que foi
que aconteceu, conte para mim.
-se eu contar, você não vai entender, e mesmo assim prefiro
ficar com isso sozinha.
-ok, ta bom se você não quiser compartilhar tudo bem, mas
pelo menos deixa eu te consolar. – ela se levantou fazendo menção que iria
embora. – não, não posso deixar você ir embora desse jeito, esta muito abalada,
espere mais um pouco, o curso só fecha as 19:00. Além do mais posso te
acompanhar até a sua casa.
-ta bom, fico mais um pouco, mas por favor não me leve em
casa, eu posso ir sozinha.
-mas se você quiser eu te levo ficarei mais tranqüilo assim.
-não, você não pode ir até lá. Já estou melhor acho bom eu
ir agora. – ela desabou mais uma vez em lagrimas.
-o que foi? Você ainda não está bem?
-estou. – falou ela enxugando as lagrimas. – estou bem,
obrigado pelo conforto. Ah, aqui esta seu casaco, obrigado por ele também.
-ok então, até segunda, se cuida e se precisar de alguém eu
estou aqui. – sorri para ela.
-certo. – ela retribuiu o sorriso.
Cheguei em casa, estava tudo vazio, “que bom” pensei eu,
assim minha mãe não ia implicar comigo, fui para o banheiro, tomei um banho, e
deitei. Fiquei pensando naquela situação, saffy chorando, meu coração partiu,
ela tem alguma coisa que a machuca, ela poderia desabafar comigo, mas não quis
o que será que é tão doloroso para ela? Pensando naquelas coisas adormeci.
Acordei no outro dia com um rato em minha cama, tomei aquele susto levantei
correndo da cama. – como aquele rato tinha entrado em meu quarto? – não dormi
mais.
Meu café da manhã era o que eu mais gostava
torrada com geléia de morango, hum... Não podia imaginar, a quanto tempo não
como torrada com geléia de morango! Aquilo parecia um sonho. Tomei meu café da
manhã tranqüilamente, depois fui ler um livro, gostava muito de ler, mergulhei
no livro, parece que eu estava em outro mundo, quando a campanhinha tocou...Quem será??? tentem adivinhar...